Aparelhos controlados só pela mente ganham aplicações da medicina aos games

Imagine conseguir que uma máquina siga os seus comandos apenas com seu pensamento – sem apertar botões, digitar ou mexer em controles remotos. Bem, esse cenário de ficção científica pode estar mais perto da realidade do que você pensa.

A vida de Bill Kochevar mudou para sempre depois de sofrer um acidente de bicicleta, há oito anos. Pedalando em alta velocidade, ele se chocou com um caminhão que havia acabado de frear.

Ficou paralisado do pescoço para baixo, passando a depender de terceiros para beber água ou se virar, por exemplo.

Mas um experimento, iniciado no ano passado, tem lhe dado mais autonomia: ele recebeu uma interface cérebro-computador, ou BCI, na sigla em inglês, que permitiu-lhe mover seu braço e sua mão pela primeira vez desde o acidente.

Primeiro, sensores foram implantados em seu cérebro. Em seguida, por quatro meses Kochevar deu um “treinamento” ao sistema, pensando em movimentos específicos, como girar o pulso ou agarrar um objeto.

Os sensores aprenderam quais pedaços do cérebro se “acendiam” – e em qual sequência – para cada movimento desses.

Depois, quando 36 eletrodos de estímulo muscular foram implantados em seu braço e sua mão, Kochevar conseguiu controlar seus movimentos simplesmente pensando no que ele queria fazer.

“Essa pesquisa aumentou minha habilidade para fazer muitas coisas”, ele contou à BBC no ano passado.

Essa mesma tecnologia está sendo usada no desenvolvimento de cadeiras de roda controladas pela mente e sensores que permitam a pessoas completamente paralisadas dar respostas “sim” ou “não” pelo poder do pensamento.

Transportes e jogos

Mais além das aplicações em bem-estar de pessoas com deficiência, há empresas testando o controle da mente como interface.

Um exemplo vem da montadora Nissan, que recentemente anunciou um headset “cérebro-para-veículo” que monitora o que o motorista está prestes a fazer – antes que ele o faça.